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💬 Leitura

Leia os textos abaixo.

[...] e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.


João 8:32 ARA

Anjos de Deus enviaram raios de luz às trevas do erro e abriram os corações à verdade.

O Grande Conflito – p. 67

Capítulo 8 – A controvérsia

📄 Plano de leitura

Pág. 65, 66 e 67

◉ 8. A controvérsia

◉ A acusação

⬆️🎧 Também é possível ouvir este texto no áudio acima.


Dia 29

O Grande Conflito

Escrito por Ellen G. White

Capítulo 8 - A controvérsia - Parte 1 de 6


 Carlos V, um novo imperador, subiu ao trono da Alemanha. O eleitor da Saxônia, grande responsável por colocar Carlos no trono, insistiu para que ele não tomasse nenhuma providência contra Lutero antes de ouvi-lo. Isso colocou o imperador em uma posição desconcertante e embaraçosa. Os seguidores do papa só ficariam satisfeitos com a morte de Lutero. O eleitor havia declarado "que o Dr. Lutero deveria receber um salvo-conduto, a fim de poder comparecer perante um tribunal de juízes instruídos, piedosos e imparciais".1

 

 A assembleia se reuniu na cidade de Worms. Pela primeira vez, os príncipes da Alemanha conheceriam seu jovem monarca em assembleia. Oficiais da Igreja e do Estado, bem como embaixadores de terras estrangeiras se reuniram todos em Worms. No entanto, o assunto que despertava o mais profundo interesse era o reformador. Carlos havia instruído o eleitor a levar Lutero com ele, garantindo proteção e prometendo o livre debate das questões em disputa. Lutero escreveu para o eleitor: "Se o imperador está me chamando, não posso duvidar de que esse seja o chamado do próprio Deus. Se têm a intenção de lançar mãos de violência contra mim [...] coloco a questão nas mãos do Senhor. [...] Se não for da vontade dEle me salvar, minha vida pouca importância tem. [...] Espere tudo de mim [...] menos fugir ou me retratar. Fugir não posso e me retratar, muito menos."2

 

 À medida que circulava a notícia de que Lutero compareceria perante a assembleia, houve uma empolgação geral. Aleandro, o representante do papa, ficou alarmado e enfurecido. Assumir um caso para o qual o papa já havia pronunciado sentença de condenação seria uma demonstração de desprezo pela autoridade papal. Além disso, os poderosos argumentos daquele homem poderiam colocar muitos dos príncipes contra o papa. Aleandro insistiu para que Carlos não permitisse que Lutero comparecesse a Worms e convenceu o imperador a ceder.

 

 Insatisfeito com sua vitória, Aleandro se esforçou para condenar Lutero, acusando o reformador de "sedição, rebelião, impiedade e blasfêmia". Mas suas palavras fortes revelaram o espírito por trás de suas ações. "Ele é movido por ódio e vingança", era a opinião geral.3

 

 Com zelo renovado, Aleandro induziu o imperador a colocar em prática as decisões papais. Vencido pela insistência, Carlos o convidou a apresentar sua causa perante a assembleia. Os favoráveis ao reformador estavam apreensivos em relação ao que Aleandro diria. O eleitor da Saxônia não estava presente, mas alguns dos participantes do concílio tomaram notas do discurso de Aleandro.


A Acusação

 Com erudição e eloquência, Aleandro se determinou a minar a reputação de Lutero, retratando-o como inimigo da Igreja e do Estado. "Nos erros de Lutero", declarou, há o suficiente para justificar a queima de "cem mil hereges".

 

 "O que são todos esses luteranos? Um bando de professores insolentes, padres corruptos, monges imorais, advogados ignorantes e nobres degradados. [...] Como é superior a eles em número, habilidade e poder o grupo católico! Um decreto unânime desta ilustre assembleia iluminará os ignorantes, advertirá os imprudentes, dará rumo aos indecisos e fortalecerá os fracos."4

 

 As pessoas continuam a usar os mesmos argumentos contra aqueles que ousam apresentar os ensinos claros da Palavra de Deus. "Quem são estes pregadores de novas doutrinas? São incultos, poucos em número e da classe mais pobre. Todavia, alegam ter a verdade e ser o povo escolhido de Deus. São ignorantes e enganados. Quão superior em número e influência é nossa igreja." Esses argumentos não são em nada mais válidos agora do que eram na época do reformador.

 

 Lutero não estava lá para superar o defensor do papa com as verdades claras e convincentes da Palavra de Deus. A maior parte da assembleia sentia-se inclinada não só a condenar a ele e a doutrina que ensinava, mas, se possível, eliminar toda a heresia. Tudo que Roma podia pronunciar em defesa própria já havia sido dito. A partir de então, o contraste entre a verdade e o erro se tornaria mais claro, à medida que uma guerra aberta começasse a se desenvolver.

 

 O Senhor, porém, tocou um membro da assembleia para que fizesse um relato verdadeiro das consequências da tirania papal. O duque Jorge da Saxônia se levantou naquele ajuntamento de príncipes e especificou, com terrível precisão, os enganos e as abominações da igreja.

 

 "Abusos [...] clamam contra Roma. Toda vergonha foi colocada de lado e o único interesse da igreja é [...] dinheiro, dinheiro e mais dinheiro [...] de tal modo que pregadores que deveriam ensinar a verdade nada proferem além de falsidades. Elas não são apenas toleradas, como também recompensadas, porque, quanto maiores as mentiras, maiores são seus ganhos. É dessa fonte podre que fluem tais águas poluídas. A indecência dá as mãos à ganância. [...] É triste dizer, mas o escândalo causado pelo clero é que lança tantas pobres pessoas à condenação eterna. Precisamos efetuar uma reforma geral."5 O fato de o orador ser um inimigo resoluto do reformador conferiu influência ainda maior a suas palavras.

 

 Anjos de Deus enviaram raios de luz às trevas do erro e abriram os corações à verdade. O poder da verdade divina controlou até mesmo os inimigos da Reforma e preparou o caminho para a grande obra que estava prestes a acontecer. A voz dAquele que é maior do que Lutero foi ouvida na assembleia.

 

 Uma comissão foi designada para preparar uma lista de opressões papais que sobrecarregavam pesadamente o povo alemão. Ela foi apresentada ao imperador, com o pedido de que ele tomasse medidas para corrigir os abusos. A solicitação dizia: "É nosso dever impedir a ruína e a desonra de nosso povo. Por esse motivo, com humildade, porém em tom urgente, pedimos que ordene uma reforma geral e use seu poder para colocá-la em vigor."6


O Grande Conflito, páginas 65, 66 e 67.

Ação do Dia

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