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💬 Leitura

Leia os textos abaixo.

“Não julguem, para que vocês não sejam julgados.”

Mateus 7:1

“Não nos é possível ler o coração. Faltosos nós mesmos, não nos achamos capacitados para assentar-nos como juízes dos outros.”

O Maior Discurso de Cristo, p. 87

Capítulo 6 - Não Julgar, mas Praticar

⬆️ Também é possível ouvir este texto no áudio acima.


Dia 40

O Maior Discurso de Cristo

Escrito por Ellen G. White

Capítulo 6 - Não Julgar, mas Praticar - Parte 1


"Não julgueis, para que não sejais julgados." Mat. 7:1.


O esforço de obter a salvação pelas próprias obras leva inevitavelmente os homens a amontoar exigências como uma barreira contra o pecado. Pois, vendo que falham no observar a lei, imaginam regras e regulamentos eles próprios, para se obrigarem a obedecer. Tudo isto desvia a mente, de Deus para si mesmos. Seu amor extingue-se-lhes no coração, e com ele perece o amor para com seus semelhantes. Um sistema de invenção humana, com suas múltiplas exigências, induz seus adeptos a julgar a todos quantos faltem à prescrita norma humana. A atmosfera de crítica egoísta e estreita, sufoca as nobres e generosas emoções, fazendo com que os homens se tornem egocêntricos juízes e mesquinhos espias.


Desta classe eram os fariseus. Saíam dos seus cultos religiosos, não humilhados com o senso da própria fraqueza, não agradecidos pelos grandes privilégios a eles concedidos por Deus. Saíam cheios de orgulho espiritual, e seu tema era: "Eu mesmo, meus sentimentos, meus conhecimentos, meus caminhos." Suas próprias realizações tornavam-se a norma pela qual julgavam os outros. Revestindo-se das vestes da própria dignidade, arrogavam-se a cadeira de juízes para criticar e condenar.


O povo partilhava, em grande parte, do mesmo espírito, penetrando nos domínios da consciência, e julgando-se uns aos outros em assuntos que diziam respeito à alma e Deus. Foi com referência a esse espírito e prática, que Jesus disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados." Mat. 7:1. Isto é, não vos ponhais como norma. Não façais de vossas opiniões, vossos pontos de vista quanto ao dever, vossas interpretações da Escritura, um critério para outros, condenando-os em vosso coração se não atingem vosso ideal. Não critiqueis a outros, conjeturando os seus motivos, e formando juízos. "Nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações." I Cor. 4:5. Não nos é possível ler o coração. Faltosos nós mesmos, não nos achamos capacitados para assentar-nos como juízes dos outros. Os homens finitos não podem julgar se não pelas aparências. Unicamente Àquele que conhece as ocultas fontes da ação, e que trata terna e compassivamente, pertence decidir o caso de cada alma.


"És inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo." Rom. 2:1. Portanto aqueles que condenam ou criticam a outros, proclamam-se eles próprios culpados; pois fazem a mesma coisa. Ao condenarem outros, estão sentenciando-se a si mesmos; e Deus declara justa esta sentença. Ele aceita o veredicto deles próprios contra si.


Pés desajeitados, calcando a lama,


Esmagam flores, impiedosamente;


Com mãos cruéis trespassamos


O coração sensível de um amigo.


"Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão?" Mat. 7:3.


Nem mesmo a sentença "Tu, que julgas, fazes o mesmo" (Rom. 2:1), alcança a magnitude do pecado daquele que presume criticar e condenar a seu irmão. Jesus disse: "Por que reparas tu no argueiro que está no olho de teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?" Mat. 7:3.


Suas palavras se aplicam à pessoa que é pronta em discernir um defeito nos outros. Quando pensa que descobriu uma imperfeição no caráter ou na vida, é extremamente zelosa em buscar apontá-la; mas Jesus declara que o próprio traço de caráter desenvolvido pelo fazer esta obra anticristã é, em comparação com a falta criticada, como uma trave em comparação com um argueiro. É a própria falta do espírito de paciência e amor que o leva a fazer um mundo de um simples átomo. Aqueles que nunca experimentaram a contrição de uma completa entrega a Cristo, não manifestam em sua vida a suavizadora influência do amor do Salvador. Representam mal o brando, cortês espírito do evangelho, e ferem almas preciosas, por quem Cristo morreu. Segundo a figura empregada por nosso Salvador, aquele que condescende com o espírito de censura é culpado de um pecado maior do que aquele a quem acusa; pois não somente comete o mesmo pecado, como acrescenta ao mesmo presunção e espírito de crítica.


Cristo é a única verdadeira norma de caráter, e aquele que se põe como padrão para os outros, está-se colocando no lugar de Cristo. E visto haver o Pai dado "ao Filho todo o juízo" (João 5:22), quem quer que presuma julgar os motivos dos outros está outra vez usurpando a prerrogativa do Filho de Deus. Esses supostos juízes e críticos estão-se colocando do lado do Anticristo, "o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus". II Tess. 2:4.


O pecado que conduz aos mais infelizes resultados, é o espírito frio, crítico, irreconciliável que caracteriza o farisaísmo. Quando a experiência religiosa é destituída de amor, aí não Se encontra Jesus; aí não está a luz de Sua presença. Nenhuma atarefada atividade ou zelo sem Cristo pode suprir a falta. Haverá talvez uma admirável percepção para descobrir os defeitos dos outros mas a todos quantos condescendem com esse espírito, Jesus diz: "Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão." Mat. 7:5. Aquele que é culpado de erro, é o primeiro a suspeitar do erro. Condenando o outro, está ele procurando ocultar ou desculpar o mal do próprio coração. Foi por meio do pecado que os homens adquiriram o conhecimento do mal; tão depressa havia o primeiro par pecado, começaram a se acusar um ao outro e é isto que a natureza humana inevitavelmente fará, quando não se ache controlada pela graça de Cristo.


O Maior Discurso de Cristo, páginas 86, 87 e 88.

Ação do Dia

Ore a Deus para que te ajude a não julgar e sim a amar o teu próximo.