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💬 Leitura

Leia os textos abaixo.

“Vocês, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.”

Mateus 6:9

“Mas se chamais a Deus vosso Pai, vós vos reconheceis Seus filhos, para ser guiados por Sua sabedoria, e ser obedientes em todas as coisas, sabendo que Seu amor é imutável. Aceitareis Seu plano para vossa vida.”

O Maior Discurso de Cristo, p. 75

Capítulo 5 – A Oração do Senhor

⬆️ Também é possível ouvir este texto no áudio acima.


Dia 34

O Maior Discurso de Cristo

Escrito por Ellen G. White

Capítulo 5 - A Oração do Senhor - Parte 1


"Portanto, vós orareis assim." Mat. 6:9.


A oração do Senhor foi duas vezes dada por nosso Salvador - primeiro à multidão, no Sermão da Montanha, e outra vez, meses mais tarde, aos discípulos apenas. Por um breve período haviam eles estado ausentes de seu Senhor, quando, ao voltarem, O encontraram absorto em comunhão com Deus. Como despercebido de sua presença, Ele continuou a orar em voz alta. Um brilho celeste irradiava da face do Salvador. Parecia mesmo encontrar-Se na presença do Invisível. E havia um vivo poder em Suas palavras, o poder de alguém que fala com Deus.


O coração dos discípulos foi profundamente comovido enquanto eles escutavam. Tinham observado quão freqüentemente Jesus passava longas horas em solicitude, em comunhão com o Pai. Os dias, passava-os a servir às multidões que se comprimiam em torno dEle, e revelando os traiçoeiros sofismas dos rabis, e esse incessante labor deixava-O muitas vezes tão exausto que Sua mãe e Seus irmãos, e mesmo os discípulos, temiam que sacrificasse a vida. Ao volver, porém, das horas de oração que encerravam o cansativo dia, notavam-Lhe a expressão de paz na fisionomia, a sensação de refrigério que parecia desprender-se de Sua presença. Era de horas passadas com Deus que Ele saía, manhã após manhã, para levar aos homens a luz do Céu. Os discípulos haviam chegado a ligar essas horas de oração com o poder de Suas palavras e obras. Agora, ao escutar-Lhe as súplicas, sentiram o coração encher-se de respeito e humildade. Quando Ele acabou de orar, foi com certa convicção de sua profunda necessidade que exclamaram: "Senhor, ensina-nos a orar." Luc. 11:1.


Jesus não lhes apresenta nenhuma nova forma de oração. Aquilo que já anteriormente lhes ensinara, repete agora, como se lhes quisesse dizer: Vocês devem compreender o que já lhes dei. Isso encerra uma profundeza de sentido que vocês ainda não sondaram.


O Salvador não nos restringe, entretanto, ao emprego exato dessas palavras. Identificado com a humanidade, apresenta Seu próprio ideal de oração - palavras tão simples que podem ser adotadas por uma criancinha, e todavia tão compreensivas em sua amplitude que sua significação jamais poderá ser inteiramente apreendida pelos maiores espíritos. É-nos ensinado chegar a Deus com nosso tributo de ação de graças, dar a conhecer nossas necessidades, confessar os pecados que cometemos, e rogar por misericórdia, em harmonia com a Sua promessa.


"Quando orardes, dizei: Pai." Luc. 11:2.


Jesus nos ensina a chamar Seu Pai nosso Pai. Ele não Se envergonha de nos chamar irmãos. (Heb. 2:11.) Tão pronto, tão ansioso é o coração do Salvador de acolher-nos como membros da família de Deus, que logo nas primeiras palavras que devemos usar ao aproximar-nos de Deus, dá-nos a certeza de nossa divina relação - "Pai".


Aí se encontra a declaração daquela admirável verdade, tão repleta de animação e conforto, de que Deus nos ama assim como ama a Seu Filho. Foi isto que Jesus disse na última oração que fez por Seus discípulos. Tu "tens amado a eles como Me tens amado a Mim". João 17:23.


O mundo que Satanás tem pretendido, e sobre o qual tem governado com tirania cruel, o Filho de Deus, por uma vasta realização, circundou em Seu amor, pondo-o novamente em ligação com o trono de Jeová. Querubins e Serafins, bem como as inumeráveis exércitos de todos os mundos não caídos, entoam cânticos de louvor a Deus e ao Cordeiro ao ser assegurado esse triunfo. Regozijaram-se em que à raça caída fosse aberto o caminho da salvação, e que a Terra fosse redimida da maldição do pecado. Quanto mais não se deveriam regozijar aqueles que são os objetos de tão surpreendente amor!


Como podemos estar em dúvida e incerteza, e sentir-nos órfãos? Foi em benefício dos que haviam transgredido a lei que Jesus tomou sobre Si a natureza humana; Ele Se tornou como nós, a fim de podermos ter perene paz e segurança. Temos um Advogado nos Céus, e quem quer que O aceite como Salvador pessoal, não é deixado órfão, a carregar o fardo dos próprios pecados.


"Amados, agora somos filhos de Deus." I João 3:2. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados." Rom. 8:17. "Ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos." I João 3:2.


O primeiro passo mesmo ao aproximar-nos de Deus é conhecer e crer o amor que Ele nos tem! (I João 4:16); pois é mediante a atração de Seu amor que somos induzidos a ir para Ele.


A percepção do amor de Deus opera a renúncia do egoísmo. Ao chamarmos Deus nosso Pai, reconhecemos todos os Seus filhos como irmãos. Somos todos parte da grande teia da humanidade, todos membros de uma só família. Em nossas petições, devemos incluir nossos semelhantes da mesma maneira que a nós mesmos. Pessoa alguma ora direito, se busca bênção unicamente para si.


O infinito Deus, disse Jesus, vos dá o privilégio de dEle vos aproximardes chamando-O de Pai. Compreende tudo quanto isto implica. Pai terreno algum já pleiteou tão fervorosamente com um filho errante como o faz com o transgressor Aquele que vos criou. Nenhum amorável interesse humano já acompanhou o impenitente com tão ternos convites. Deus mora em toda habitação; ouve cada palavra proferida, escuta cada oração erguida ao Céu, experimenta as dores e as decepções de cada alma, e considera o tratamento dispensado a pai e mãe, irmã, amigo e semelhante. Ele cuida de nossas necessidades, e Seu amor, Sua misericórdia e graça estão continuamente a fluir para satisfazer nossa necessidade.


Mas se chamais a Deus vosso Pai, vós vos reconheceis Seus filhos, para ser guiados por Sua sabedoria, e ser obedientes em todas as coisas, sabendo que Seu amor é imutável. Aceitareis Seu plano para vossa vida. Como filhos de Deus, mantereis, como objeto de vosso mais elevado interesse, Sua honra, Seu caráter, Sua família, Sua obra. Tereis regozijo em reconhecer e honrar vossa relação com o Pai e com cada membro de Sua família. Alegrar-vos-eis em praticar qualquer ato, embora humilde, que contribua para Sua glória ou bem-estar, de vossos semelhantes.


"Que estás nos Céus." Mat. 6:9. Aquele a quem Cristo nos ordena considerar nosso Pai, "está nos Céus e faz tudo o que Lhe apraz." Sal. 115:3. Em Seu cuidado podemos repousar tranqüilos, dizendo: "No dia em que eu temer, hei de confiar em Ti." Sal. 56:3.


O Maior Discurso de Cristo, páginas 73, 74 e 75.

Ação do Dia

Converse com Deus como se conversa com um Pai amoroso, e separe hoje um tempo especial e significativo de oração.