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💬 Leitura
Leia os textos abaixo.
““Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus.”
Mateus 5:19
“Jesus Se pôs a mostrar a Seus ouvintes o que significa observar os mandamentos de Deus - que isso é uma reprodução, neles próprios, do caráter de Cristo. Pois nEle Se manifestava Deus diariamente aos olhos deles.”
O Maior Discurso de Cristo, p. 41
Capítulo 3 – A Espiritualidade da Lei
⬆️ Também é possível ouvir este texto no áudio acima.
Dia 18
O Maior Discurso de Cristo
Escrito por Ellen G. White
Capítulo 3 - A Espiritualidade da Lei - Parte 3
"Qualquer, ... que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no reino dos Céus." Mat. 5:19.
Isto é, não terá lugar ali. Pois aquele que voluntariamente violar um mandamento, não observa, em espírito e verdade, a nenhum deles. "Qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos." Tia. 2:10.
Não é a grandeza do ato de desobediência que constitui o pecado mas a discordância com a vontade expressa de Deus no mínimo particular; pois isto mostra que ainda existe comunhão entre a alma e o pecado. O coração está dividido em seu serviço. Há uma virtual negação de Deus, uma rebelião contra as leis de Seu governo.
Fossem os homens livres para se apartar das reivindicações do Senhor e estabelecer uma norma de dever para si mesmos, e haveria uma variação de normas para se adaptarem aos vários espíritos, e o governo seria tirado das mãos de Deus. A vontade do homem se tornaria suprema, e o alto e santo querer de Deus - Seu desígnio de amor para com Suas criaturas - seria desonrado, desrespeitado.
Sempre que os homens preferem seus próprios caminhos, põem-se em conflito com Deus. Eles não terão lugar no reino do Céu, pois se encontram em guerra com os próprios princípios do mesmo. Desconsiderando a vontade de Deus, estão-se colocando ao lado de Satanás, o inimigo do homem. Não por uma palavra, nem muitas palavras, mas por toda palavra que sai da boca de Deus viverá o homem. Não podemos desatender uma palavra, por mais insignificante que nos pareça, e estar seguros. Não há um mandamento da lei que não se destine ao bem e à felicidade do homem, tanto nesta vida como na futura. Na obediência à lei de Deus, o homem se acha circundado como por um muro, e protegido do mal. Aquele que, em um só ponto que seja, derruba essa barreira divinamente erigida, destruiu-lhe o poder para o guardar; pois abriu um caminho pelo qual o inimigo pode entrar, para estragar e arruinar.
Arriscando-se a desprezar a vontade de Deus em um ponto, abriram nossos primeiros pais as comportas da miséria sobre o mundo. E todo indivíduo que segue o seu exemplo ceifará idênticos resultados. O amor de Deus fundamenta cada preceito de Sua lei, e aquele que se afasta do mandamento está operando sua própria infelicidade e ruína.
"Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus." Mat. 5:20.
Os escribas e fariseus tinham acusado não somente Cristo, mas também Seus discípulos por sua desconsideração para com os ritos e observâncias rabínicos. Muitas vezes tinham sido os discípulos deixados perplexos e perturbados pela censura e a acusação daqueles a quem tinham sido habituados a reverenciar como mestres religiosos. Jesus revelou o engano. Declarou que a justiça a que os fariseus davam tão grande valor, nada valia. A nação judaica pretendia ser o povo peculiar, leal, favorecido por Deus; mas Cristo apresentava sua religião como vazia de salvadora fé. Todas as suas pretensões de piedade, suas invenções e cerimônias humanas, e mesmo o cumprimento das exigências exteriores da lei, não os podiam tornar santos. Não eram puros de coração ou nobres e semelhantes a Cristo no caráter.
Uma religião legal é insuficiente para pôr a alma em harmonia com Deus. A dura, rígida ortodoxia dos fariseus, destituída de contrição, ternura ou amor, era apenas uma pedra de tropeço aos pecadores. Eles eram como o sal que se tornara insípido; pois sua influência não tinha poder algum para preservar o mundo da corrupção. A única fé verdadeira é aquela que "atua pelo amor" (Gál. 5:6), para purificar a alma. É como o fermento que transforma o caráter.
Tudo isto deviam os judeus ter aprendido dos ensinos dos profetas. Séculos antes, o grito da alma pedindo justificação com Deus encontrara expressão e resposta nas palavras do profeta Miquéias: "Com que me apresentarei ao Senhor e me inclinarei ante o Deus altíssimo? Virei perante Ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-Se-á o Senhor de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? ... Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?" Miq. 6:6-8.
O profeta Oséias indicara o que constitui a própria essência do farisaísmo, nas palavras: "Israel é uma videira estéril; dá fruto para si mesmo." Osé. 10:1, Trad. Trinitariana. Em seu professo serviço a Deus, os judeus estavam na verdade trabalhando para o próprio eu. Sua justiça era o fruto de seus próprios esforços para guardar a lei, segundo suas próprias idéias, e para seu benefício pessoal, egoísta. Daí o não poder ser ela melhor do que eles mesmos. Em seu esforço por se tornarem santos, procuravam tirar uma coisa pura de outra imunda. A lei de Deus é santa como Ele próprio é santo, perfeita como Ele é perfeito. Ela apresenta aos homens a justiça de Deus. Impossível é ao homem, de si mesmo, guardar essa lei; pois a natureza do homem é depravada, deformada, e inteiramente diversa do caráter de Deus. As obras do coração egoísta são como coisa imunda; e "todas as nossas justiças, como trapo da imundícia". Isa. 64:6.
Embora a lei seja santa, os judeus não podiam atingir a justiça por seus próprios esforços para guardar a lei. Os discípulos de Cristo precisam alcançar a justiça de um caráter diverso daquela dos fariseus, se querem entrar no reino do Céu. Em Seu Filho, Deus lhes oferecia a perfeita justiça da lei. Caso abrissem plenamente o coração para receber a Cristo, a própria vida de Deus, Seu amor, habitaria então neles, transformando-os à Sua própria semelhança; e assim, mediante o dom gratuito de Deus, haviam de possuir a justiça exigida pela lei. Mas os fariseus rejeitavam a Cristo; "não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça" (Rom. 10:3), não se submeteram à justiça divina.
Jesus Se pôs a mostrar a Seus ouvintes o que significa observar os mandamentos de Deus - que isso é uma reprodução, neles próprios, do caráter de Cristo. Pois nEle Se manifestava Deus diariamente aos olhos deles.
O Maior Discurso de Cristo, páginas 39, 40, e 41.